Picelli Leilões » Frédéric Bazille - Óleo sobre tela 78x67

Obras de Arte | Grandes artistas internacionais | Coleção CEPROVI

Leilão: 11/08/20 às 16h00
Encerra: 11/09/20 às 16h00
R$ 49.000,00
Modalidade:Online/Presencial
Leilão:Corporativo
ID:2900
Local do leilão:
Obras de Arte | Grandes artistas internacionais | Coleção CEPROVI

Lote 00006 - Frédéric Bazille - Óleo sobre tela 78x67

Descrição do lote

FRÉDÉRIC BAZILLE 
(FRANÇA 1841-1870) 
O.S. TELA – 78 X 67 - Obra de 1870

Entre o grupo principal dos pintores impressionistas há um de seus representantes cujo nome terminou obscurecido em função de sua morte prematura. Era Frédéric Bazille, artista extremamente promissor que foi um dos tantos soldados franceses abatidos na Batalha de Beaune-la-Rolande, durante a Guerra Franco-Prussiana. Membro de uma família protestante de Montpellier, Bazille nasceu há 170 anos, em dezembro de 1841. Seu pai era um abastado representante da burguesia rural francesa, e o filho desde cedo foi encaminhado para o estudo de medicina. Já na adolescência, porém, ele inclinou-se para as artes, que desde cedo o interessaram. Ingressou na Escola de Belas artes local e passou a frequentar o estúdio do acadêmico Charles Gleyre. Um encontro importante em sua juventude foi com o crítico e colecionador de arte, Alfred Bruyas Montpellier, figura de grande importância no movimento artístico francês. Tendo exercido influência sobre o realista Gustave Corbet, ele influenciaria também a jovem geração impressionista. Este é um dado bastante significativo na relação de continuidade e ruptura que existe entre o realismo e o impressionismo. Além de Montpellier, que passou algo de suas idéias sobre a verdade na arte para a nova geração, o também influente Edouard Manet fora também discípulo de Courbet. A obra de ambos os pintores teria grande impacto sobre a pintura de Bazille. Pela influência precoce destes artistas, dois dos representantes mais radicais da pintura de sua época, Bazille também não tarda a abandonar o estudo acadêmico para se embrenhar, ao lado de seu amigo, Claude Monet, na floresta de Fontainebleau, ambos buscando pintar diretamente da realidade observada. Em 1864, estabelecido em Paris, Bazille monta um ateliê, que era então freqüentado por pintores como Boudin e Jongkind. Um ano mais tarde, ele divide um novo ateliê como Monet, que ajuda financeiramente. A estréia de Bazille no Salão Oficial se dá em 1866, com uma tela convencional e pouco expressiva, Natureza-Morta com Peixes. Este trabalho serve, porém, como demonstração de seu grande domínio da técnica já nestes anos. A partir deste ano, Bazille passaria a expor anualmente no Salão até o início da guerra, em 1870. Seus melhores trabalhos, no entanto, aqueles que desenvolviam mais acentuadamente as técnicas da nova pintura, não estavam entre as obras aceitas no Salão. Datam destes quatro anos as melhores pinturas de Bazille, trabalhos que revelam sua rápida evolução no sentido do impressionismo e indicam o grande pintor que ele poderia se tornar caso tivesse vivido mais tempo.

Destacam-se aí obras como Hospital de Campo Improvisado, de 1865, mostrando Monet acidentado sobre uma cama, ou excelente quadro Reunião Familiar, mostrando um grupo ao terraço de uma residência de campo, obra tida como o mais expressivo exemplo do impressionismo de Bazille. Merecem destaque ainda suas paisagens marinhas realizadas entre 1867 e 68, ou um belíssimo retrato de Pierre-Auguste Renoir, onde o amigo aparece em uma pose de grande informalidade, totalmente avessa aos cânones da época e uma das marcas distintivas do impressionismo. A obra Banhistas, de 1869, é um dos melhores exemplos da adaptação dos impressionistas deste tema típico do academicismo e do romantismo francês, com suas cenas classicistas ou orientais. Nesta tela de Bazille, ele mostra um grupo vulgar de pessoas em trajes contemporâneos divertindo-se em uma tarde ensolarada. Em Toilet e Depois do Banho, ambas de 1870, Bazzille volta-se para os nus, apresentados também segundo a nova visão destes artistas, abandonando as idealizações buscando retratar as modelos tais quais eram na realidade. Estas telas finais, ao lado de trabalhos como Louis Auriol Pescando, revelam um artista que estava ingressando em sua fase de maturidade, com uma rápida evolução que acompanhava o desenvolvimento de seus próprios amigos, onde a luz tinha um papel cada vez mais preponderante no tratamento da imagem. Seu trabalho é encerrado a abruptamente em 1870, quando se inicia a Guerra Franco-Prussiana, resultado da escalada militarista impulsionada por Napoleão III.  A guerra foi lançada por um objetivo especificamente imperialista da burguesia francesa: impedir a unificação alemã e barrar seu desenvolvimento nacional e sua influência crescente sobre a Europa. Este conflito foi um acontecimento de grande importância na história do impressionismo. 
Todos os membros do grupo, de uma forma ou de outra foram envolvidos pela guerra.  Degas, Renoir e Bazille ingressaram no Exército, Cèzanne retirou-se para Provença, e Monet, Sisley e Pissarro partiram para Londres – viagem importante que marcou sua descoberta da obra de Turner, que teria influência marcante no desenvolvimento geral da nova pintura. Para a França, a guerra foi um desastre completo. As tropas prussianas, mais bem preparadas, derrotaram os franceses em todas as frentes, encerrando a guerra após a esmagadora campanha em Sedan, na qual o próprio Napoleão III caiu prisioneiro nas mãos da Prússia.  Em setembro de 1870 a guerra estava encerrada, mas os conflitos se estenderam ainda durante alguns meses.  Depois de vencer em Sedan, as tropas de Bismarck marcharam em direção a Paris, onde montaram um cerco.  Parte das tropas ainda em campo são mobilizadas para tentar desbaratar o cerco e enfraquecer as posições prussianas.  É neste cenário que dá-se a Batalha de Beaune-la-Rolande, uma das mais vergonhosas da história da França. Nela, um batalhão de 60 mil franceses liderados pelo general Jean-Constant Crouzat deveriam avançar contra as posições prussianas nos arredores de Paris.  Os soldados de Crouzat enfrentam-se em novembro com um exército de apenas nove mil prussianos, e são vergonhosamente derrotados. Estima-se que entre mortos e feridos, a Prússia tenha perdido pouco mais de uma centena de soldados, ao passo que no lado francês, tenha se perdido mais de oito mil homens. Entre os milhares de mortos, estava também o jovem pintor Frédérick Bazille. Encerrada a guerra, os artistas franceses retomam suas atividades em Paris. A França, porém, passaria ainda por anos de crise até a estabilização efetiva do regime. A monarquia de Napoleão III tombara na guerra.  Em 1871, o povo em armas proclama a Comuna de Paris, que é violentamente esmagada poucas semanas mais tarde. É montada sobre um enorme aparelho repressivo que será erguida a Terceira República Francesa.  É também sobre este governo que o impressionismo irá se desenvolver plenamente. 
A nova pintura seria uma das manifestações desta crise, desenvolvendo-se como uma corrente marginal das artes.  Não é casual, portanto, que o movimento tenha atingido seu momento mais importante nos anos que se seguiram a esta crise, e não antes.  A obra de Bazille, neste sentido, apresenta-se hoje como uma pintura irrealizada, um impressionismo que nunca chegou a florescer plenamente.

SOBRE A AVALIAÇÃO 
Em virtude da história da vida e escassez de obras do artista há potencial de valorização nos patamares expostos no presente trabalho. Nestes termos, feito todas as considerações e metodologia, firmamos a avaliação da presente obra, para o ano de 2020 no valor de USD 1.000.000,00
LA COTE DES PEINTRES – 1985 a 2005 fls. 80
https://www.artprice.com
www.akoun.com

RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO e AUTENTICIDADE da OBRA:
Angel Enrique Garrido, argentino, jornalista, portador do RNE n. U1020580, galerista, agente conveniado da Christies e Sothebys.

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Lances: 0
Fechado
Corporativo
Encerramento:
11/09/20 às 16h29
Lance Mínimo:
R$ 49.000,00
Avaliação:
R$ 0,00
Incremento Mínimo:
R$ 1.000,00

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